O Promotor de Justiça de Monte Sião/MG, Marco Antonio Meiken, vai determinar que a polícia Civil de Minas Gerais abra um inquérito policial contra o padre Ernani Maia dos Reis, suspeito de ter assediado e violentado sexualmente oito monges de um mosteiro da cidade, entre os anos de 2011 e 2018.
O Integrante do MP-MG vai pedir que sejam localizados e interrogadas vítimas e testemunhas dos atos do padre, que está afastado há três abis do antigo mosteiro Santíssima Trindade e exerce, atualmente, a profissão de psicanalista na cidade paulista de Franca. Ele também deverá prestar depoimento durante o inquérito policial.
Entenda o Caso
O Portal UOL lançou nesta quinta-feira, dia 30, o documentário “Nosso Pai” que revela casos de assédio sexual em uma instituição religiosa em Monte Sião, Minas Gerais. As denúncias implicam que um padre de um mosteiro usava a sua condição de superior hierárquico para obter vantagens sexuais.
Os relatos de 19 vítimas foram base da matéria e documentário dos jornalistas, Maria Carolina Trevisan e José Dacau, Colunista do UOL. O documentário “Nosso Pai” é dividido em duas partes. A primeira, denominada apresenta o cenário dos abusos que ocorreram de 2011 até 2018. As vítimas eram homens, com idades de 20 a 43 anos.
A Parte 2 de “Nosso Pai” reconstrói a saída do padre Ernani do mosteiro de Monte Sião. Ele foi afastado para fazer acompanhamento em um centro de revitalização em Curitiba. O curta mostra também a abordagem dos repórteres ao sacerdote e explora as respostas da Igreja às denúncias.
Desde novembro de 2020, o UOL entrevistou um total de 40 pessoas para produzir a reportagem e o documentário “Nosso Pai”. As vítimas de assédio e violência sexual foram identificadas por numerais ao longo da reportagem publicada também nesta quinta-feira, no portal de notícias.
O outro lado
Segundo a reportagem, o acusado, Ernani Maia dos Reis negou as acusações em duas oportunidades, mas se recusou a responder as perguntas dos repórteres. Atualmente ele está com 53 anos e reside em Franca (SP), onde atua como psicanalista.
Das oito vítimas de abuso sexual ouvidas pelos jornalistas da UOL, duas relataram ataques atribuídos ao monge durante a investigação da Igreja Católica. Elas afirmaram não receber ajuda financeira e psicológica da instituição. Segundo a reportagem, a Igreja Católica informou: “Nunca negou qualquer fato (dele) ou ato atribuído quando do exercício na liderança daquela comunidade”, e que não se omitiu.
A igreja Católica não respondeu a reportagem da UOL as conclusões das investigações feitas pela Nunciatura e Santa Fé e nem qual o estágio do processo de saída do monge Ernani da instituição, já encaminhado ao vaticano.
Fonte Uol
Fonte Tribuna das Águas