Mais de 20 mil inscritos compareceram neste domingo (5/2/23) às provas da 1ª etapa do concurso público da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), desta vez para as vagas de nível superior. Assim como a seleção para o nível médio, que teve provas no domingo passado (29/1), os testes foram realizados em clima de tranquilidade e sem maiores ocorrências.
Desta vez estão no páreo 89 vagas de nível superior, sendo quatro para procurador e 85 para 31 especialidades diferentes. Dos 33.411 inscritos, cerca de 37% não compareceram às provas, que foram aplicadas em 21 endereços diferentes na Capital.
Nestes locais, o concurso demandou a ocupação de 48 prédios e mobilizou mais de quatro mil pessoas em sua realização neste domingo, entre aplicadores e operadores de fotos, para o registro fotográfico de todos os candidatos, conforme informou Marcelo Antônio de Abreu, coordenador geral da Fumarc, instituição organizadora do concurso.
As provas, com duração de quatro horas, tiveram início às 9h10 e foram encerradas às 13h10, com exceção para aqueles 246 candidatos inscritos em condições especiais, entre pessoas com deficiência e lactantes, que tiveram uma hora a mais para finalizarem as provas.
O coordenador geral da Fumarc avaliou que a tranquilidade com que ocorreu essa etapa do concurso superou sua expectativa, levando em conta o grande porte e a complexidade do concurso da ALMG, sobretudo por envolver 31 especialidades diferentes, além do cargo de procurador.
Essa amplitude de especialidades demandou a elaboração de mais de 880 questões diferentes, num trabalho, segundo ele, meticuloso, que envolveu um banca elaboradora e outra revisora e teve entre suas preocupações o nivelamento do nível de exigência.
Levando em conta os prazos também do edital do concurso, Marcelo de Abreu informou que o resultado final desta 1ª etapa para o nível superior deve sair entre 22 a 25 dias.
Gabaritos devem sair na terça (7)
Coordenador da Comissão de Supervisão do Concurso e diretor-geral adjunto da Assembleia, Wamberto Dias da Silva também destacou que esse domingo de provas transcorreu com tranquilidade e segurança, assim como o anterior, quando foram aplicadas as provas de nível médio.
Ele também mencionou o número de especialidades envolvidas na seleção para o nível superior, considerando esse fato um desafio logístico a mais, por envolver mais cargos e demandar maior variedade de provas, controle de distribuição e dos locais de aplicação.
“Mas mais uma vez ficou demonstrada a excelência da Fumarc na organização do concurso”, avaliou o coordenador da Comissão de Supervisão do Concurso.
Segundo Wamberto Dias, os gabaritos e os cadernos de prova serão divulgados até esta terça-feira (7), quando será então aberto o prazo para possíveis recursos. Sobre o percentual de desistência, ele comentou que embora seja maior ao verificado em seleções passadas, é um índice similar ao que tem sido observado em outros concursos atuais.
Torcida pelo resultado
As irmãs Laura e Bárbara Gomide deixaram juntas o local de provas neste domingo (5). Ambas formadas em Direito – Bárbara em 2016 e Laura dois anos após –, elas têm em comum também a disputa por uma vaga na ALMG, e no mesmo cargo. As duas tentam uma das quatro vagas para procurador, mas garantem que isso está longe de ser um problema.
“É tranquilo, a vida de concurseiro é assim mesmo, e torcemos uma pela outra”, disse Bárbara, quase em coro com a irmã. As duas já trabalham na área do Direito e preveem que será alta a nota exigida para garantir a vaga desejada na ALMG.
Paula Freitas disputa uma vaga de Relações Públicas. Do resultado do concurso, dependem futuras decisões da família. Hoje morando e trabalhando no Rio de Janeiro, para onde se mudou com o marido depois de abrir mão de um cargo na Prefeitura de Belo Horizonte, ela voltou à Capital mineira para fazer as provas da ALMG.
“Queria ter estudado mais, a parte sobre direito foi a mais difícil para mim, mas o resto achei mais tranquilo”, contou ela, cujo marido também está inscrito no concurso, em outra especialidade.
Necessidades especiais
Candidatos que precisaram de atendimento em condições especiais, como lactantes e pessoas com deficiência, tiveram as provas concentradas em prédios do campus da PUC Coração Eucarístico, contando com fiscais especiais quando necessário.
Num desses prédios, o 20 do campus, a expectativa com o desempenho nas provas ganhou componentes a mais. Foi nele que as lactantes contaram com espaço próprio para amamentação, onde a pequena Cecília era a bebê mais jovem da turma.
Com apenas 10 dias de vida, ela ficou com a avó Carmosina Rodrigues entre as mamadas, para que a mãe, Ana Paula Rodrigues, pudesse fazer as provas. E para dar tempo de tudo, Carmosina contou que as três saíram de Jaboticatubas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), às 6 horas da manhã, com a candidata dirigindo até o campus.
Em meio à espera pelo fim da prova, ela elogiou a estrutura do espaço destinado aos bebês e seus acompanhantes -“muito tranquilo, arejado, silencioso, com um apoio muito bom” – e falou da expectativa com o desempenho da filha na prova: “Vou confiar que vai valer sim, ela é muito esforçada”.
