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76% DAS PESSOAS QUE PARTICIPARAM DA ENQUETE DO JORNAL A FONTE DE JACUTINGA SÃO A FAVOR DA VACINAÇÃO DE CRIANÇAS DE 5 A 11 ANOS

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Por Rodrigo Matarazzo | Agência Brasil | O Globo | R7

Em uma Enquete realizada pelo Jornal A Fonte de Jacutinga, no Instagram, foi perguntado o seguinte: Você é A Favou ou Contra a Vacinação de Crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19?

O resultado final da Enquete foi o seguinte:

A Favor da Vacinação foi de 76%

Contra a Vacinação 24%

Nos últimos dias essa informação sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos tem gerado muitos comentários e polêmicas Brasil afora.

Muitos pais são a favor, outros contra a vacinação dos seus filhos. A discussão também tem movimentado a classe médica que nos últimos dias tem emitido opiniões sobre o assunto.

A Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou no último dia 16 de dezembro o uso da vacina produzida pelo consórcio Pfizer-BioNTech, a Comirnaty, contra a covid-19 em crianças com idade de 5 a 11 anos.

Após avaliação técnica da agência, sobre o pedido apresentado em novembro, indicando o uso da vacina para este público, a resolução com a autorização da Anvisa e foi publicada ainda no Diário Oficial da União, em edição especial.

“Com base na totalidade das evidências científicas disponíveis, a vacina Pfizer-BioNTech, quando administrada no esquema de duas doses em crianças de 5 a 11 anos de idade, pode ser eficaz na prevenção de doenças graves, potencialmente fatais ou condições que podem ser causadas pelo SARS-CoV-2”, disse Mendes.

O gerente lembrou que as análises contaram com a participação de diversos especialistas tanto da Anvisa como de outras entidades. “Verificamos segurança e tolerabilidade, em uma primeira fase. Nela foram aplicadas doses diferentes. Com base no resultado, chegamos à conclusão de que deveriam ser aplicadas 10 microgramas, quantidade inferior à aplicada em adultos”, disse.

Ele acrescentou que, na comparação entre crianças de 5 a 11 com pessoas de 16 a 25 anos [considerando as doses correspondentes a cada grupo], foi identificada a presença de anticorpos nas crianças.

“Observamos desempenho satisfatório da vacina também contra a variante Delta”, ressaltou. “E não há relato de nenhum evento adverso sério, de preocupação ou relato relacionado a casos muito graves ou mortalidade por conta da vacinação. Esse perfil de segurança é muito importante”, completou.

De acordo com a gerente geral de Monitoramento, Suzie Marie Gomes, as doses de vacinas para crianças é de um terço em relação à dose e à formulação aprovada anteriormente. Além disso a formulação pediátrica é diferente. Ou seja, não se pode fazer diluição da dose de adulto para a dose de criança.

Suzie Marie acrescenta que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose devem manter a dose pediátrica. A vacina da Pfizer-BioNTech já havia sido autorizada para aplicação em adolescentes com idade a partir de 12 anos.

Por fim, a gerente de Monitoramento ressalta que não há estudos sobre coadministração com outras vacinas e que, portanto, o uso de diferentes vacinas não é indicado.

Segundo a Anvisa, a dose da vacina para crianças será diferente daquela utilizada para pessoas a partir de 12 anos. Os frascos também terão cores distintas para evitar erros na aplicação.

Ministério da Saúde diz que vacinação de crianças pode começar em janeiro

O Ministério da Saúde afirmou nesta segunda-feira que a vacinação contra Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos pode começar em janeiro. Em nota, agora, a pasta diz que é a favor da inclusão de pessoas desta faixa etária no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO) e formalizará decisão no dia 5 de janeiro.

No dia 19 de dezembro, a secretária de enfrentamento à Covid, Rosana Leite Melo, enviou uma nota técnica ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual afirmou que a vacina é segura para essa faixa etária. A medida contraria a posição do presidente Jair Bolsonaro, que tem se colocado contra a vacinação de crianças.  Nesta segunda, Bolsonaro afirmou que sua filha Laura não será vacinada. O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, hesitou sobre o tema nas últimas semanas e afirmou que se tratava de questão sensível e que não demandava urgência. Em 18 de dezembro, o ministro afirmou que a pasta se posicionaria após consulta e audiência pública. Na ocasião, evitou estabelecer data para início da vacinação.

"A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas", diz a nota da pasta, acrescentando:

"No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro."

Neste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou indicação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Desde então, o governo tem se manifestado contra a imunização para essa faixa etária. Bolsonaro chegou inclusive a afirmar que divulgaria o nome de servidores da Anvisa que participaram da aprovação imunizante para crianças.

Após a questão ser levada ao STF e diante do impasse, Queiroga decidiu submeter o tema à consulta pública. O procedimento de consulta foi aberto no dia 22 e ficará disponível para contribuições da sociedade até o dia 2 de janeiro. Em entrevistas, Queiroga chegou a afirmar que o tema não exigia urgência uma vez que o número de óbitos por Covid-19 nesta faixa etária era baixo.

Levantamento mostrou que a doença matou uma criança a cada dois dias no país. Até a semana passada, 301 óbitos tinham sido registrados nessa faixa etária desde o início da pandemia.

Diante da lentidão da pasta em definir a questão, o governador de São Paulo, João Doria (PSBD), anunciou que tentava negociar diretamente com a Pfizer a aquisição de vacinas. A farmacêutica afirmou, no entanto, que continuará as negociações com o governo federal.

Na quarta-feira passada, o vice-presidente, Hamilton Mourão, criticou governadores que tentam adquirir imunizantes.

 — Os governadores, lamentavelmente, às vezes atravessam o samba. Como foi aquela questão da compra daquela vacina russa [Sputnik V] que acabaram não comprando, não é? Então vamos aguardar — afirmou o vice-presidente.

Em nota nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde afirmou que "negociou antecipadamente com a Pfizer a compra de 100 milhões de novas doses de vacina, incluindo todas as faixas etárias que pudessem ser incorporadas ao PNO e imunizantes desenvolvidos especificamente para novas variantes."

Associação Médica defende vacinação

Na segunda-feira, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota defendendo a vacinação de crianças contra Covid-19. A entidade argumentou que a necessidade de vacinação de um público não se dá somente pelo número de óbitos provocado pela doença.

"Por exemplo, gripe, diarreia por rotavírus, varicela, hepatite A, entre outras doenças, faziam menos vítimas do que a Covid-19 em pediatria. E não hesitamos em recomendar a imunização contra todas elas. Vacina-se para prevenir hospitalizações, sequelas, uso de antibióticos, visitas aos serviços de saúde, ocupação de leitos em UTI, entre outros", diz o comunicado.

A AMB destaca ainda que a decisão da Anvisa de liberar a vacinação desta faixa etária ocorreu somente após " rigorosos estudos clínicos, tendo como voluntários milhares de indivíduos, com o objetivo de garantir a segurança e eficácia." A associação ressalta a importância da vacinação para reduzir a transmissão da doença e pedem que os pais vacinem seus filhos.

"Infelizmente já registramos cerca de 300 óbitos na faixa etária de 5 e 11 anos desde o início da pandemia: média de 150 ao ano. Novas mortes são absolutamente evitáveis e temos obrigação de trabalhar nesse sentido", diz a nota.

Sociedade Brasileira de Pediatria faz manifesto a favor da vacinação

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) divulgou, na última sexta-feira (24), um manifesto no qual defende a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 e ainda rebate as declarações dadas pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que a morte de crianças não implica decisões emergenciais. 

"Mortes motivadas pela Covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não estão em patamares aceitáveis. Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo", diz trecho do manifesto.

Desde o início da pandemia, 2.500 pessoas de zero a 19 anos morreram por causa da doença. Mais de 300 delas confirmadas no grupo de 5 a 11 anos, segundo dados da SBP. 

No manifesto, a SBP ainda ressalta as sequelas deixadas pela Covid-19. Há mais de 1.400 casos confirmados de síndrome inflamatória multissistêmica —  quadro grave de tratamento hospitalar que se manifesta semanas após a infecção — em crianças, em média, de 5 anos. Ao menos 85 morreram por complicações neurológicas, cardiovasculares e respiratórias da síndrome. 

“Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil”, defende a nota.

Consulta pública

O Ministério da Saúde disponibilizou formulário de consulta pública sobre a vacinação de crianças na última quinta-feira (23). A medida segue até o dia 2 de janeiro. A decisão de inclusão ou não dessa faixa etária no PNI (Programa Nacional de Imunizações) vai ocorrer, por sua vez, em 5 de janeiro.

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