Por Julia Duailibi | Julia Duailibi é comentarista de política e economia da GloboNews.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) se encontraram em jantar em São Paulo neste domingo (19). O evento de final de ano é do grupo Prerrogativas — integrado por advogados, juristas e artistas.
No último dia 15, Alckmin anunciou sua saída do PSDB. Na movimentação dos partidos para a eleição do ano que vem, ele próprio admitiu a possibilidade de ser candidato a vice-presidente na chapa de Lula. O petista tem dito que só anuncia oficialmente a candidatura em março.
Em conversas com aliados na sexta, Lula também aventou a possibilidade de Alckmin de filiar ao PSD, de Gilberto Kassab, que está no encontro. O arranjo, porém, é hoje o menos provável. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Marcio França (PSB), ambos presentes no jantar, trabalham para o ex-tucano migrar para o PSB.
Ao blog, sobre a possível aliança com Lula, Alckmin disse que ainda está pensando. "Agora é hora de ouvir bastante, se conversar bastante, hora de grandeza política, hora de espírito público. Vamos aguardar."
Lula discursou no evento e disse que ainda não há definição sobre 2022. "Ainda não defini minha candidatura porque estou com muito juízo", disse". "Eu sei da minha responsabilidade quando eu definir minha candidatura".
Sobre Alckmin, disse que o ex-governador ainda deve se filiar a um partido político. "Quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o meu partido e o dele", afirmou.
Depois, o ex-presidente falou que a tarefa de recuperar o Brasil não é de uma pessoa sozinha, e que é preciso alianças. "Não importa se no passado trocamos 'botinadas'".
Marcio França disse ao blog que há indicativos de uma possível aliança nacional entre o PSB e o PT. "Os indicativos [...] como eu falei, estão muito montados para uma aliança que envolva a questão da retomada da democracia no Brasil", disse.