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Caso Kiss: Luciano Bonilha é preso no RS e todos os condenados por mortes em boate começam a cumprir pena

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O ajudante da Banda Gurizada Fandangueira, Luciano Bonilha Leão, foi preso em São Vicente do Sul, na Região Central do estado, na manhã desta quarta-feira (15). A informação foi confirmada pelo advogado que defende ele, Jean Severo.

Na terça-feira (14), foram presos Marcelo de Jesus dos Santos, outro integrante da banda, também em São Vicente do Sul, e Elissandro Spohr, sócio da boate, mas em Porto Alegre. Mauro Hoffmann, também sócio da casa noturna, foi preso na manhã desta quarta em Santa Catarina.

Conforme a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), perto das 9h, Bonilha se apresentou à Polícia Civil e foi encaminhado ao Presídio Estadual de São Vicente do Sul. Ele deverá cumprir pena de 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual.

Fachada do Presídio Estadual de São Vicente do Sul — Foto: Bernardo Barcellos/RBS TV
 
Para o MP-RS, Leão e Marcelo de Jesus dos Santos, outro integrante da banda que foi condenado e preso, são responsáveis pelos crimes porque "adquiriram e acionaram fogos de artifício (...), que sabiam se destinar a uso em ambientes externos, e direcionaram este último, aceso, para o teto da boate, que distava poucos centímetros do artefato, dando início à queima do revestimento inflamável e saindo do local sem alertar o público sobre o fogo e a necessidade de evacuação, mesmo podendo fazê-lo, já que tinham acesso fácil ao sistema de som da boate".
 
A prisão do dele e dos outros três condenados chegou a ser decretada pelo juiz Orlando Faccini Neto durante a leitura da sentença, que aconteceu na sexta-feira (10). No entanto, o desembargador Manuel José Martinez Lucas concedeu aos quatro o direito de recorrerem em liberdade.

Na terça-feira (14), porém, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, aceitou o recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) e suspendeu o habeas corpus preventivo.

Réu Luciano Bonilha Leão se emociona durante júri — Foto: Juliano Verardi/Imprensa TJ-RS

 

Os quatro réus foram condenados por 242 homicídios consumados e 636 tentativas (artigo 21 do Código Penal). Na denúncia, o Ministério Público havia incluído duas qualificadoras — por motivo torpe e com emprego de fogo —, que aumentariam a pena. Porém, a Justiça retirou essas qualificadoras e converteu para homicídios simples.

Para o MP-RS, Hoffmann e Elissandro Spohr (dono da Boate Kiss) são responsáveis pelos crimes e assumiram o risco de matar por terem usado "em paredes e no teto da boate espuma altamente inflamável e sem indicação técnica de uso, contratando o show descrito, que sabiam incluir exibições com fogos de artifício, mantendo a casa noturna superlotada, sem condições de evacuação e segurança contra fatos dessa natureza, bem como equipe de funcionários sem treinamento obrigatório, além de prévia e genericamente ordenarem aos seguranças que impedissem a saída de pessoas do recinto sem pagamento das despesas de consumo na boate".

Já Marcelo de Jesus, vocalista da banda, e Luciano Bonilha, auxiliar da banda, foram apontados como responsáveis porque "adquiriram e acionaram fogos de artifício (...), que sabiam se destinar a uso em ambientes externos, e direcionaram este último, aceso, para o teto da boate, que distava poucos centímetros do artefato, dando início à queima do revestimento inflamável e saindo do local sem alertar o público sobre o fogo e a necessidade de evacuação, mesmo podendo fazê-lo, já que tinham acesso fácil ao sistema de som da boate".

Penas

  • Elissandro Spohr, sócio da boate: 22 anos e seis meses de prisão por homicídio simples com dolo eventual
  • Mauro Hoffmann, sócio da boate: 19 anos e seis meses de prisão por homicídio simples com dolo eventual
  • Marcelo de Jesus, vocalista da banda: 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual
  • Luciano Bonilha, auxiliar da banda: 18 anos de prisão por homicídio simples com dolo eventual
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