Por PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO | O TEMPO
Mesmo com as visitas recentes de Jair Bolsonaro (sem partido) a Minas Gerais, Lula (PT) permanece na liderança da corrida pela Presidência da República nas eleições de 2022 entre os eleitores mineiros. A vantagem do petista sobre o atual presidente é de 17,6 pontos percentuais. De acordo com pesquisa DATATEMPO, as intenções dos votos dos dois candidatos permanecem estáveis na comparação com as pesquisas realizadas em julho e em setembro.
Lula tem 39,7% dos votos na pesquisa estimulada (quando os nomes são apresentados aos eleitores), o que representa uma ligeira queda na comparação com setembro, quando ele tinha 40,4%. O índice é próximo do registrado pelo ex-presidente em julho, quando ele tinha 38,7%. As variações estão dentro da margem de erro.
Já Bolsonaro oscilou positivamente na comparação com dois meses atrás, mas não conseguiu crescer acima da margem de erro. Ele tinha 20,1% em setembro, e agora subiu para 22,1%. Em julho, a intenção de voto dele era de 25,1%.
“Não houve grandes alterações nas intenções de voto em relação à última rodada. Com isso, pelo menos por esse momento, estamos vendo uma certa manutenção dos resultados, que tendem a ter mudança com a aproximação da eleição ou com a ocorrência de fatos novos significativos, capazes de modificar a opinião pública”, avalia a coordenadora da pesquisa, Audrey Dias.
Desde a última rodada, realizada entre os dias 24 a 27 de setembro, Bolsonaro veio a Belo Horizonte para sancionar a liberação de verbas para a construção da Linha 2 do metrô da capital e também para anunciar a construção de um Centro Nacional de Vacinas na UFMG. No último dia 18, o presidente visitou o município de São Roque de Minas, na região Centro-Oeste, onde anunciou obras para a preservação de recursos hídricos.
Em contrapartida, Lula adiou por duas vezes a visita que faria a Minas. Inicialmente, a viagem seria em setembro, data que foi postergada para outubro para que ele pudesse tomar a terceira dose da vacina contra a Covid-19. A visita, no entanto, ainda não aconteceu. Nos últimos meses, deputados petistas têm dito que o ex-presidente planeja visitar Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora e Montes Claros.
Demais candidatos
Em terceiro lugar na pesquisa, vem o ex-ministro Sergio Moro, com 5,1% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes (PDT), que tem 3,6%, e pelo deputado federal André Janones (Avante), com 2,9%, mesmo patamar da ex-ministra Marina Silva (Rede).
Luiz Datena (PSD) tem 2,7%, e Cabo Daciolo (sem partido), 1,6%, O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), foi a escolha de 1,5% dos entrevistados. Já o governador de São Paulo, João Doria – que esteve recentemente em Minas para fazer campanha nas prévias do PSDB – tem 1,2%. Os demais candidatos, somados, registraram 2,4% das intenções de voto. Votos brancos e nulos são 7,2%. Não souberam ou não responderam 7,1% dos entrevistados.
Moro vem em 3º, mas disputa é acirrada
À exceção de Lula e Bolsonaro, os demais pré-candidatos à Presidência estão todos embolados na disputa pelo terceiro lugar. Porém, numericamente, quem está à frente em Minas é o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, com 5,1% das intenções de voto.
As rodadas da pesquisa DATATEMPO indicam que Moro tem esse índice de eleitores consolidados em Minas, já que seu percentual ficou estável desde julho, quando registrou 5,6%, passando por setembro, mês em que a intenção de votos sofreu ligeira queda numérica para 4,7%.
No mesmo período, Ciro Gomes, que numericamente está na quarta colocação, registrou oscilações maiores, embora dentro da margem de erro. Ele partiu de 4,6% das intenções de voto em julho, subiu para 6,1% em setembro, mas agora registra 3,6%.
Moro pouco apareceu no noticiário desde novembro do ano passado, quando passou a prestar consultoria para uma empresa nos EUA. Esse cenário, no entanto, começou a mudar nas últimas semanas, quando o ex-juiz intensificou as conversas para se filiar ao Podemos, partido ao qual ele se juntará hoje.
Além da Presidência, há especulações de uma candidatura do ex-ministro ao Senado por São Paulo ou Paraná, onde Moro atuou como juiz federal.