Membros do alto escalão do PT e do PSB tentam viabilizar uma chapa que una o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo para a Folha, as conversas, que tentam viabilizar uma costura delicada, já ocorrem há um certo tempo, mas se intensificaram nas últimas semanas.
Ainda sem destino certo, Alckmin deve deixar o PSDB em breve e já conversa com outros dois partidos: o PSD, de Gilberto Kassab, e o União Brasil, mega-partido oriundo da fusão do DEM e PSL. No PSD, de Kassab, Alckmin é cotado para disputar o governo de São Paulo. Enquanto no União Brasil negocia sua entrada a partir de conversas com representantes do DEM.
Outro desafio para PT e PSB é convencer tanto Lula quanto Alckmin - adversários históricos- de que a chapa pode funcionar não apenas para ganhar as eleições, mas especialmente para governar. Depois disso, ambos os partidos teriam que chegar a um acordo para que o PT formalizasse uma aliança com o PSB e guardasse a vaga de vice-presidente para a agremiação. Ao passo que Alckmin seria atraído para a legenda e se lançaria como candidato a vice.
Os petistas que defendem a possibilidade afirmam que, apesar das diferenças históricas com os tucanos na área econômica, Alckmin é o último remanescente do PSDB histórico, de Mário Covas e de Franco Montoro: apegado a valores democráticos e com olhar generoso em relação aos problemas sociais do Brasil.