O número de mortes por Covid-19 registradas no mundo ultrapassou 5 milhões nesta segunda-feira, quase dois anos após o primeiro caso da doença ser diagnosticado em Wuhan, na China. O maior programa de vacinação da História, contudo, dá sinais de eficiência em reduzir a velocidade das mortes, com mais de 7 bilhões de doses já administradas.
Passaram-se mais de 110 dias para que o mundo passasse de 4 milhões de mortes para 5 milhões de mortes, mais tempo que os 90 dias entre 3 milhões e 4 milhões de vidas perdidas. O ritmo de crescimento é similar ao visto no início da pandemia, quando ovírus ainda se espalhava pelo mundo.
O número real de mortos, contudo, é certamente superior aos 5.001.817 registrados na manhã desta segunda pelo contador da Universidade Johns Hopkins — estatística estabelecida a partir dos balanços oficiais diários de cada país. Quando se toma como referência o excesso de mortalidade relacionado à doença, o balanço poderia ser duas ou três vezes maior, adverte a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A partir deste método, a revista The Economist calcula o número de mortos em 17 milhões de pessoas.
Apesar dos avanços permitidos pela vacinação, a doença continua a matar milhares de pessoas por dia. Bilhões continuam sem acesso às vacinas — seja porque há escassez de doses, o caso em vários dos países mais pobres do planeta, ou porque não desejam tomá-las, apesar das recomendações científicas.
Com isso, ficam mais vulneráveis a um vírus, que se tornou mais perigoso com o passar do tempo e as novas variantes. A transmissão da doença também continua, impulsionada especialmente pela mais contagiosa cepa Delta.
Os Estados Unidos são responsáveis por 14% do último milhão de mortes, mais do que qualquer outra nação. Apesar da abundância de doses, o país tem dificuldades para convencer uma parte de sua população a se vacinar. Até o momento, 67% dos americanos tomaram ao menos uma dose e 58% estão totalmente inoculados.
A Rússia foi responsável por 10% do milhão mais recente, enquanto o Brasil e a Indonésia representaram cada um 8% do total. Em território nacional, o avanço da vacinação vem tendo resultados claros: no domingo, o país registrou 96 mortes por Covid-19, segundo o consórcio da imprensa. A média móvel foi de 311 óbitos, em tendência de estabilidade.
Cientistas, ainda assim, alertam que a crise sanitária ainda está distante do fim. O mundo já passou por três grandes surtos da doença, e a taxa de mortalidade vem caiu sucessivamente em cada uma delas.
Com isso, muitos países começaram a reabrir suas economias, aliviar as restrições sanitárias e se reengajar com o resto do mundo, optando pela convivência com o vírus. A imunidade conferida pelas vacinas deverá ser posta em teste nos próximos meses durante o inverno do Hemisfério Norte, o primeiro desde que a campanha de inoculação deslanchou.
Cada país e, não raramente, cada região dentro de um determinado país, tem um quadro próprio. Os casos aumentam mesmo em nações com taxas significativas de vacinação, mas as mortes e internações não crescem na mesma proporção.
A situação é pior em países onde a campanha de imunização coletiva caminha a passos mais lentos. Com as mortes diárias batendo recorde na Rússia, país com um significativo problema de resistência à vacina, os idosos de Moscou foram orientados a ficar em casa. Na Romênia há escassez de leitos de terapia intensiva, enquanto na Letônia restaurantes, bares e escolas voltaram a ser fechados.
(Com agências internacionais)