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Após 39 horas, tanqueiros suspendem greve, mas dizem esperar posição sobre ICMS

Na tarde desta sexta, 22, quando os sinais de desabastecimento no estado e a corrida aos postos começava a aumentar, a categoria anunciou a suspensão do movimento, mas avisou que ainda espera um posicionamento do governo de Minas quanto à redução do ICMS sobre os combustíveis.

“Após a sensibilidade das distribuidoras, junto as transportadoras de combustível e derivado de petróleo no estado de Minas Gerais, eles decidiram suspender a paralisação até o momento. Mas ainda aguardam uma posição do Governo do Estado referente as alíquotas dos combustíveis”, disse Irani Gomes, presidente do Sindtanque-MG.

A greve dos tanqueiros teve início à meia noite de quinta-feira, 21. Eles se concentraram na porta de distribuidoras de combustível da Grande BH. Por lá, os postos chegaram a ter falta de combustível, levando inclusive à subida de preços do insumo.

O movimento, porém, não chegou a afetar outras regiões do estado, como o Sul de Minas, mesmo por que, por aqui os postos também recebem combustível do estado de São Paulo, onde não houve registro de paralisações.

Reivindicação

A grande reivindicação da categoria é a redução do diesel. Uma greve nacional já havia sido anunciada para 1º de novembro a menos que o combustível sofresse redução. Mas estados como Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais registraram atos na quinta-feira.

Em Minas, o Sinditaque-MG, colocou como alvo principal uma revisão do ICMS que incide sobre os combustíveis, alegando que espera a abertura de diálogo com o governo de Minas. O governador Romeu Zema, no entanto, já indicou mais de uma vez sobre a impossibilidade de mexer no imposto que, de resto, não sofreu reajustes durante a subida dos combustíveis.

Bolsonaro tenta colocar panos quentes na ameaça de greve

A tensão entre a categoria permanece, assim como a promessa de paralisação nacional para o dia 1º. Para tentar conter o movimento, o governo Bolsonaro (sem partido) anunciou essa semana um auxílio R$ de 400 para 750 mil caminhoneiros até o fim do ano. A proposta, porém, só serviu para irritar ainda mais a categoria. Muitos caminhoneiros passaram a se referir ao auxílio como ‘esmola’.

De início, o governo federal desdenhou da possibilidade de greve, mas sua avaliação mudou, como ficou claro na proposta do auxílio. Numa tentativa de alargar o diálogo com a categoria, foi marcado para o dia 28 de outubro uma reunião de integrantes da Secretaria Especial de Articulação Social e da Casa Civil com os líderes caminhoneiros e com o presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros e Celetistas.

Os caminhoneiros já têm a pauta de reivindicações que será apresentada no encontro. Os itens principais são:

Fim da paridade do preço do petróleo com o mercado internacional;

A criação de um fundo de estabilização da tarifa dos combustíveis, criado com imposto sobre exportação do petróleo bruto;

Maior pressão sobre o Supremo Tribunal Federal para que seja julgado o texto que estabelece o piso mínimo do frete.

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