Uma grave acusação abalou a Câmara Municipal de Santa Rita do Sapucaí. A Polícia Civil está investigando um caso de assédio sexual relatado por uma estagiária de 20 anos, que alega ter sido vítima de abusos cometidos pelo secretário-geral da casa legislativa.
Uma sindicância já havia sido aberta pela Câmara para apurar as alegações, enquanto um boletim de ocorrência também foi registrado. A estagiária, após ter sido ouvida pela Polícia Civil nesta terça-feira (8), confirmou os relatos feitos tanto na sindicância quanto no boletim de ocorrência.
A jovem denunciante afirmou que o assédio teria ocorrido repetidamente desde o ano passado, envolvendo comportamentos inapropriados, como puxar a cadeira em que estava sentada para aproximá-la e tocar em partes íntimas sem consentimento, além de fotografá-la sem permissão.
Diante das acusações, a Câmara de Vereadores tomou medidas para esclarecer o ocorrido. Uma comissão de sindicância foi formada para investigar o caso, comprometendo-se a ouvir todas as partes envolvidas, incluindo testemunhas. Entretanto, o processo é sigiloso e maiores informações serão divulgadas apenas ao final das investigações.
O advogado da estagiária, Ygor Sampaio, também apresentou pedidos de afastamento do denunciado das funções na Câmara. A solicitação foi dirigida ao presidente da Câmara, Reinaldo de Cássia Amaral, e à comissão de sindicância. Uma nova solicitação de afastamento foi protocolada na segunda-feira (7), dessa vez direcionada à vereadora Fabiana Salgado. A defesa ainda requisitou a presença do Conselho da Mulher de Santa Rita do Sapucaí para fiscalizar o processo de sindicância.
O servidor denunciado apresentou um atestado médico, permanecendo afastado de suas atividades temporariamente. A vítima, por sua vez, encontra-se de licença pelo período de uma semana.
A denúncia
No boletim de ocorrência que registrou, a jovem alegou que o secretário-geral da Câmara puxava sua cadeira para perto dele, segurava em seu queixo e tocava suas partes íntimas sem permissão. Ainda de acordo com ela, ele também tirava fotos de novo sem sua autorização. Os abusos aconteceriam em salas da casa legislativa.
Ao G1, o advogado que representa a vítima afirmou que os abusos ocorrem desde o ano passado. Ainda segundo a denúncia, desde que os abusos começaram, a jovem enfrenta problemas psicológicos.
Também de acordo com a vítima, a decisão de fazer a denúncia foi tomada depois que ela soube que o secretário geral retornaria das férias. Ela não queria voltar a sofrer os abusos.
O que diz a defesa do servidor
A defesa afirma que o servidor “é o maior interessado que se apure rapidamente” o caso. “Dado o afastamento médico dele, poderíamos pedir a suspensão dos trabalhos. Mas nós não vamos pedir a suspensão dos trabalhos. Para provar que nós não queremos isso como estratégia de atrasar o andamento e nem fugir de responsabilidades, não vamos pedir a suspensão dos trabalhos”, declarou ao G1 o advogado de defesa do servidor, Valdomiro Vieira.
Inquérito instaurado
Em nota, a Polícia Civil, informou que o inquérito que apura o caso já foi instaurado, mas informações sobre o procedimento ó serão divulgadas após a conclusão do procedimento policial.
“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ouviu a vítima sobre o caso do possível assédio em Santa Rita do Sapucaí. A autoridade policial da Comarca instaurou Inquérito Policial, que se seguirá com diligências investigativas e oitivas de envolvidos e testemunhas. Mais informações somente com a conclusão do procedimento”, registra o comunicado da polícia judiciária.