A apreensão de um adolescente de 16 anos levou a uma confusão generalizada na Upa Norte, em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, no último sábado (29 de julho). De acordo com a Polícia Militar (PM), o rapaz começou hostilizando os policiais junto com a família, a mãe e dois irmãos, enquanto bebia em uma rua. Dentro da cela da viatura, danificou o veículo. E, na Upa Norte, socou o rosto de um militar depois de ameaçar os agentes: “comecei com 11 anos, não foi agora. Eu não gosto de roubar, eu não gosto de vender droga, eu gosto é só de matar os outros”, disse.
Ainda segundo a polícia, os militares estavam realizando rastreamento de um roubo quando passaram na rua Lima Duarte, no bairro Benfica, em Juiz de Fora, e foram hostilizados pelo adolescente e sua família. De acordo com o registro da ocorrência, o grupo “estava fazendo uso de bebida alcoólica na rua e proferindo palavras de baixo calão, xingamentos e ameaças contra os militares”.
Tanto o rapaz, quanto a mãe, de 45 anos, a irmã, de 21, e o irmão, de 26, foram abordados pelos agentes ainda na rua e todos reagiram. Um reforço policial foi solicitado e, de acordo com a PM, foram utilizadas “técnicas necessárias de contenção e restabelecimento da ordem pública”.
Dentro da viatura, a caminho da Upa Norte para receberem atendimento médico, a família danificou a cela do veículo com chutes e lesionou a mão de um dos militares, de acordo com o registrado no boletim de ocorrência. Assim que chegaram na Upa, continuaram a reagir e outra briga foi iniciada. A cena foi gravada por militares presentes na ocorrência.
A mãe e a irmã, insatisfeitas com a ação, empurraram os policiais, enquanto o adolescente socou o rosto de um militar. Foi nesse momento que o jovem ameaçou os militares. “Vocês têm que entender isso: vocês têm mais homens que nós, nós temos acesso em todas as comunidades. Nós temos mais disposição que vocês. Vocês olham para nós desarmados, com roupa normal, vemos vocês ‘boiando’ e sabemos. Então, respeitem a gente, que nós respeitamos vocês”, disse.
Ele continua falando enquanto é levado pelos policiais. “Vocês estão levando a minha família, isso não procede. Aqui é o crime”. Todos foram presos e o adolescente apreendido. O rapaz já tem passagem por dano à viatura e homicídio.
Polícia Militar repudia ação
O tenente coronel Yamaguchi, comandante do 27º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, se posicionou sobre a ocorrência repudiando a reação do adolescente e dos familiares. “A maioria dos moradores são pessoas honestas e trabalhadoras, mas uma pequena minoria envolvida com a criminalidade está usando como estratégia o confronto com a PM”, afirmou.
“Esse foi mais um caso de tentativa de enfrentamento contra o Estado. Foi necessário usar força moderada para conter a agressividade do agente (o adolescente) que possui diversas passagens pela polícia. Atuamos com legalidade e com justiça, porém de forma firme, para garantir à sociedade o bem e a paz que almejam”, finalizou.
Fonte: O Tempo