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Pai faz apelo para que buscas no rio Mogi Guaçu não encerrem até localização do filho

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"Preciso ter o direito de me despedir do meu filho se ele estiver nas águas ainda. De repente, com mais pessoas poderia ter um resultado"

O pai do jovem que caiu no rio Mogi Guaçu depois de um acidente de carro fez um apelo ao Corpo de Bombeiros para que não encerrem as buscas até que o corpo do filho, Guilherme Henrique de Jesus, 21 anos, seja localizado. Nesta quinta-feira (5) o trabalho foi retomado e entrou no quarto dia.

Robson de Jesus contou que tinha recebido a informação de que os trabalhos terminariam nesta quinta e após essa data, só serão feitas buscas periódicas, na tentativa de encontrar o veículo. Ao final dos trabalhos nesta quarta, a pedido do pai, a nova informação é de que o prazo foi estendido até esta sexta-feira (6). 

 

"Mas não pode. Eles precisam me devolver, preciso ter o direito de me despedir do meu filho se ele estiver nas águas ainda", lamentou o pai, durante entrevista concedida para a reportagem da TV Thati - Record, ao vivo, no Cidade Alerta Campinas, na noite desta quarta-feira.

"Eles deveriam pensar um pouco mais. Não sei se tem efetivo, mas precisaria ter mais gente aqui. Não sei, quanto significa um corpo aqui no rio? Para mim vale muito, para mim é a minha vida", desabafou o pai do jovem.

Robson pede que o efetivo seja ampliado, que a corporação autorize a vinda de bombeiros de outras cidades e a ajuda de pessoas que conhecem trechos ao longo do rio. "Não estou dizendo que não estão empenhados, eu vejo o empenho de cada um deles, mas, de repente, com mais pessoas a gente poderia ter um resultado, porque a gente tá sem nenhuma resposta e isso machuca a gente", disse.

Os bombeiros delimitaram - com indicação de uma corda - um trecho entre o viaduto (de onde o carro caiu) até um quilômetros à frente do rio, para fazer o trabalho de pesquisa e varredura. O grupo Sentinelas do Rio Mogi Guaçu e Dectetorismo Mogi Mirim apoiam os trabalhos, com equipamentos somo sonar e imãs.

A reportagem do Portal da Cidade apurou que há disponibilidade de bombeiros de outros Municípios em ajudar nas buscas, percorrer, talvez outros trechos do rio na tentativa de alguma pista do carro.

No entanto, a justificativa do Corpo de Bombeiros é que, por questões de segurança, há equipes empenhadas no trabalho desde segunda-feira. O Rio Mogi Guaçu registra um volume grande de água em virtude das chuvas que caem na cidade e região desde o final de 2022. A correnteza está forte e a água turva, dificultando a visibilidade quando é preciso fazer os mergulhos.

"Não quero colocar a vida de ninguém em risco, mas tem pessoas dispostas a ajudar", disse Robson, que nos dias anteriores, com apoio de amigos, percorreu áreas que margeiam o rio com um veículo 4x4, na expectativa de ter alguma pista de onde estaria o veículo.

A reportagem do Portal da Cidade entrou em contato com a Prefeitura de Mogi Guaçu - por meio da assessoria de comunicação - para ver se o prefeito Rodrigo Falsetti (PSD) - que tem parcerias com o Corpo de Bombeiros do Estado - poderia ajudar com relação ao pedido de Robson, acerca do apelo que ele fez por mais ajudas na busca de encontrar o filho.

Mas, por enquanto, não há posição oficial.

A reportagem também já solicitou informações do Corpo de Bombeiros.

ACIDENTE

Como o carro, um Gol de cor preta, não foi localizado e não há possibilidade de identificar a placa, os bombeiros não confirmam a identidade da vítima. No entanto, como Robson está à procura do filho - que saiu de sua casa em Poços de Caldas, na manhã de segunda-feira - sentido Campinas, o jovem é o suspeito. 

As evidências que existem são algumas peças do carro, que antes de cair dentro do rio, bateu em placas da rodovia. Segundo Robson, o farol de milha e a lanterna de LED, que foram encontrados, são partes do veículo de Guilherme. Ele reconheceu porque a troca tinha sido feita há algumas semanas. "Para mim, é ele. E tem o último sinal de celular que indicou nesse trecho da via. Eu não queria que fosse, mas tudo leva a crer que seja o carro dele", lamentou. 

Guilherme estava na casa do pai, na cidade mineira, onde passou as festas de Ano Novo. No dia do acidente, ele seguia a Campinas, onde mora com a mãe. Segundo relatos do pai, ele tinha dormido bem e, inclusive, deixou para viajar em um horário mais tranquilo.

As causas do acidente são desconhecidas. Testemunhas, que estavam em um restaurante próximo, contaram que, de repente, o carro, após bater em placas, caiu no rio e, imediatamente os bombeiros foram acionados.

Sem marcas de frenagem na pista, cogitou-se a possibilidade de o jovem ter tido um mal súbito e perdido a direção, mas não tem como afirmar as suspeitas.

PREFEITO DE POÇOS

Pelas redes sociais, na página do facebook, o prefeito de Poços de Caldas (MG), Sérgio Azevedo, cidade natal de Guilherme, se manifestou acerca do acidente e buscas pelo corpo do jovem.

"Recebi várias mensagens desde o início da tarde de hoje sobre o poços-caldense Guilherme Henrique de Jesus, que está desaparecido após o veículo que estava conduzindo ter caído no Rio Mogi Guaçu, às margens da Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340), em Mogi Guaçu (SP) na última segunda-feira. Estamos buscando de todas as formas ajudar nas buscas que estão sendo conduzidas pelo Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo e esperamos o quanto antes termos notícias".

Portal da Cidade de Mogi Mirim 

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