Vice-presidente afirmou que o Brasil respeita a soberania da Ucrânia e defendeu o ‘uso da força’ pelos países ocidentais.
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão (PRTB-RS), se pronunciou na manhã desta quinta-feira, 24, sobre a invasão da Rússia ao território da Ucrânia em uma operação militar ofensiva que teve início nesta madrugada. Ele condenou a ação dos russos e disse acreditar ser necessário ‘o uso da força’.
Para Mourão, se os países do ocidente não entrarem no conflito ao lado da Ucrânia será aberto um precedente para que a Rússia invada e conquiste os territórios de outros países. Ao falar da questão, ele comparou a ação da Rússia àquela executada pela Alemanha nazista no pré-guerra.
“Se não houver uma ação bem significativa e, na minha visão, meras sanções econômicas, que é é uma forma intermediária de intervenção, não funcionam. Vamos lembrar que o Iraque passou mais de 20 anos sob sanção econômica, nada mudou, o Irã está a não sei há quanto tempo sobre sanção econômica, também nada mudou.
Consequentemente, o sistema internacional pode ser rachado, abalado e nós vamos voltar para o tempo das cavernas, quando cada um faz o que quer e bem entende e não há respeito entre os povos, entre as nações. O conceito de soberania se dissolve a partir do momento em que um Estado mais forte julga que pode meter a mão em um Estado mais fraco e continuar tudo com antes. Tem que haver o uso da força, realmente um apoio à Ucrânia, mais do que está sendo colocado. Essa é a minha visão. Se o mundo ocidental pura e simplesmente deixar que a Ucrânia caia por terra, o próximo vai ser a Moldávia, depois serão os Estados Bálticos e, assim, sucessivamente. Igual a Alemanha hitlerista fez no final dos anos 1930”, declarou Mourão em uma entrevista coletiva.
A comparação de Mourão foi feita em relação a ocupação de Adolf Hitler no território da Tchecoslováquia em 1938. Outros países europeus, como Reino Unido e França, não se mobilizaram na época para evitar uma guerra. Entretanto, em seguida, a Alemanha hitlerista invadiu também a Polônia, marcando o início da Segunda Guerra Mundial, que se extendeu até 1945. O vice-presidente ainda falou sobre o atual posicionamento do Brasil diante da questão na Ucrânia.
“O Brasil tem tomado o posicionamento dele dentro da ONU, respeitando os princípios que básicos do direito internacional, de não intervenção, de assegurar a soberania. Mas, por enquanto, nós não temos nenhuma outra coisa a fazer além disso aí. Vamos ver o que vai emergir das reuniões do conselho de segurança da ONU, porque senão a ONU também perde sua razão de ser”, opinou. “O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que ele respeita a soberania da Ucrânia. O Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano, isso é uma realidade”, completou Mourão.
Fonte: Jovem Pan